segunda-feira, abril 24, 2006

Amputações

Em pleno campo de batalha, um médico aproxima-se de um soldado ferido:
- Isto vai mal… Vou ter que amputar.
- Amputar? Mas amputar o quê?
- Epá, não sei. Uma perna ou um braço… Isso logo se vê.
- Na amputa nada! Amputa, porquê, hã?
- Então, o soldado está ferido. É preciso amputar!
- Na tou nada ferido! Isto foram só 19 tiros de raspão no peito! Foi só uma brisazinha! Olhe, até tou mais fresquinho e tudo!
- Aproveitava e ficava também mais levezinho, que tal? Vá lá! Só um bracinho… uma mãozinha…qualquer coisa…
- Qual quê! Eu lá preciso ficar mais leve! É só trocar 2% da massa gorda por muscular e não podia tar mais saudável!!
- Mas vai ver que não dói nada…
- Então, vá-se amputar você! Tou eu aqui, muito bem na minha trincheira e vem este gajo chagar-me o juízo! Ora bolas!
- Já estou a perder a paciência… Amputo e é já a seguir ao almoço!
- Na amputa nada!
- Ai amputo, amputo!
- Na amputa!
- Amputo!
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Seria interessante ver a evolução desta discussão até ao ponto em que o soldado ferido morre, sendo esse o seu último argumento para não ser amputado. Nesse caso, o médico, furioso por ter perdido, arrancaria os braços ao cadáver e espancaria o morto com os mesmos, gritando: “Toma lá, que amputei!”