segunda-feira, janeiro 29, 2007

Best photo of 1964



One man. One life. This is a story of pain and suffering ("GET DOWN!"). Be afraid, be very afraid ("But I'm so afraid"). One push-up that would never be the same again ("OH SI, carinho! Mi gusta di rompante!"). Watch the copulator become..........THE COPULATED!

(on cinemas now)

O poeta de Karaoke

Está calado e em silêncio
Não prestas e sabe-lo bem
Pensas que és cantor
Que os versos são rimas
Que o mar é o ir e o voltar
Dulce Pontes não canta assim!
Não passas de um insecto

Queres falar tuga
Todos fazem isso em Portugal!
O que conta é quem o faz lá fora
Juntas fonéticas com estéticas
Pois tudo acaba em éticas
Mas de ética nada tens

Se mandas calar
Começa tu com o exemplo
Deves pensar que és fixe
Com os SWAT atrás de ti
Boné de lado à noite
Esperas por lágrimas de sol
Man, até o teu estilo é importado!

Fado é tuga, Hip Hop é americano
Queres ser tuga então canta fado
Não sabes cantar
Então tá mas é calado
Queres escrever, então escreve
Mas não venhas dizer que és poeta
Um poeta não faz só rimas

Isso de cantar em inglês é mau
Mas o que fazes é pior
Cantas tuga lá fora?
Mensagem certa, mensageiro errado
Mas a poesia não traz dinheiro
Por isso faz o que eu digo
Não faças o que eu faço

Não quero ser Moonspell
Escrevo por mim, não para vender
Não há gente famosa para me ver
Tou-me a cagar para isso
Sem regras, sem línguas
Escrevo na língua que entendo
Na língua em que penso

I wanna live on fire!
Drop that stupid smile
I’m not better than you
But you’re not better than me
So shut the fuck up
And learn how to think
Stop blinding us!

domingo, janeiro 21, 2007

IL AFRICANI

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Escravos

Esfacar-me-ão meigamente mas as minhas costa são largas e têm a sensibilidade de um troll. A razão é simples: encarei a vida como um problema, mas sem ter consciência que o fazia.
O que é preciso fazer para se resolver um problema? Primeiro compreendê-o e depois criar formas de resolução. Quem tenta fazer isso ao contrário, acaba por se deparar com um indivíduo que faz aquela pergunta que nos faz passar por palhaços: “mas afinal qual é o problema?”
Eu próprio tentei fazer isso mas inevitavelmente acabei por perceber que primeiro tenho que compreender o que me irrita; o que realmente me incomoda. Entrei por isso numa pequena viagem mental de introspecção com o objectivo de definir o problema: eu próprio.
Actualmente, considero que já passei a primeira fase. Obviamente que isso não significa que já sei tudo o que preciso de saber. Estou apenas com aquele falso sentido de segurança enquanto espero pela pessoa que me dê a entender que estou errado (apesar de acreditar que ainda faltam uns bons anos até que isso aconteça).
Recentemente comecei a busca por métodos de resolução mas ainda não encontrei nada. A razão para isso prende-se com o facto de eu, como qualquer pessoa, não passar de um escravo sem qualquer liberdade de escolha. De facto, por muito que o Homem evolua, nunca terá a liberdade total garantida: o corpo e o tempo limitam-no; tornam-no escravo.
A minha alma (chamem-lhe aquilo que quiserem; para mim o que interessa é a ideia por detrás da palavra) pode querer viajar pelo mundo e mudá-lo para melhor, sorver a vida e voar sem limites. Mas o corpo não deixa. O cansaço acaba por aparecer e a pessoa envelhece e perde força. Resumindo, trata-se de uma concha que nos protege mas que também nos limita. É por isso é que adoro dormir. Durante algum tempo, saio do meu corpo e viajo por mundos que inventei e onde não tenho quaisquer limites. Bem, na realidade isso não é bem assim. Até quando sonho não sou livre, pois não controlo o tempo.
Por que é que o tempo nos restringe? A maioria das pessoas responderia: “porque nunca temos tempo para nada!” Sejamos razoáveis: tempo não nos falta. O que nos falta é ter controlo absoluto sobre o nosso tempo. Por exemplo: podemos querer ir a um jantar de convívio, só que não naquela altura. Temos a liberdade para escolher se vamos ou não, mas não podemos escolher quando é que o jantar ocorre. Tenho plena consciência de que, ao estar a definir o tempo que desejo posso estar a restringir a liberdade dos outros para escolher o seu próprio tempo. Mas como o tempo é relativo, talvez num mundo utópico todas as pessoas se encontrem porque e quando o desejam (pelo menos tenho um mundo assim nos meus sonhos...).
Quero que o corpo e tempo não me escravizem. Será pedir muito? Afinal, o tempo é nosso, tal como o corpo. Quando nascemos, não nos dão só um corpo; dão-nos também tempo. Novamente errado. Na realidade, nenhum dos dois é nosso e é por isso que a Morte existe. Por um lado, o corpo e o tempo podem unir-se e impedir-me de fazer seja lá o que for; por outro lado, a alma pode ficar farta de ser escrava e insurgir-se pela liberdade, abandonando corpo e tempo, em simultâneo. Não sei qual é a resposta certa mas, para ser franco, também não a desejo saber por enquanto.
Por agora, quero apenas tentar reolver este problema; este puzzle, vá lá. E tenho a sorte de poder ver o que os outros fazem (consciente ou inconscientemente) na sua prórpia quest. Para além disso, algures no mundo alguém já deve ter a sua solução e talvez eu consiga aprender alguma coisa com essa pessoa. Uma coisa é certa: não há resoluções iguais, pelo que não vale a pena copiar o que os outros fazem. Temos que ser nós próprios a chegar às conclusões. Isso já percebi.