quarta-feira, agosto 25, 2010

Lufada de odor acre

"Em tempos de fome as pessoas comiam os seus próprios membros mas isso não as prevenia de ter boas maneiras com o Senhor."


Manuel de Sardenha (rapaz de 30 e poucos anos solares) ficava impávido enquanto vislumbrava a sua mãe retalhada em pequenos pedaços (suculentos) à espera de toda a espécie de "bichos" (o corpo já havia sido cortado há alguns dias). A loucura era normal.

Por vezes passava dias a matutar sobre o que realmente podia ter originado tal "Apocalipse". Ainda se lembra dos momentos macabros que viveu a esconder-se de grupos de crianças de 5/6 anos que o perseguiram durante duas semanas pelas ruas de S. Paulo (numa terra de nome Brasil).
Já não se lembrava do que o tinha levado a ir ao Brasil mas tinha a certeza que teria sido uma pessoa.

Uma das recordações que o mais perturbava era a 1ª criança que teve de assassinar de forma fria. O que o mais irritava era que ela podia ter sido simplesmente mais uma criança que havia passado por ele. Lembrava-se ainda das pequenas mãos cheias de terra caídas inertes no chão. Chorava.

Nota final: lembrem-se: os tempos só são difíceis para quem os quer ver como tal.

P.s.: em homenagem ao "homem dourado".