terça-feira, março 17, 2009

Copo meio cheio

No despertar repenso tudo de novo... Nos tempos em que era feliz e pedia aos anjos... Pedidos amorosos... Pedidos perdidos na inocência do nada... Cheguei até, em tempos de fé, a pedir a minha redenção tal era desespero que rondava a minha natureza mas esta protegia-se e afastava tudo e todos.
Num acto último de fuga escavava interiormente vislumbrando um passado e num impasse visual via uma criatura de uma natureza perdida e morta... Serei eu?

[Pausa para ir mudar de blog]

Já passava do meio dia quando subo ao telhado (com os headphones gigantes) vejo um cenário de destruição onde havia beleza. Caí destroçado, com os joelhos no chão. Era quase o fim...
No horizonte avistava prédios sem último andar onde era visível alguns fogos aqui e ali... Nalgumas ruas era a correria, o tropeção e muitas vezes o atropelamento humano. O que seria que provocava tamanha destruição?
Algumas alucinações que tinha faziam-me recordar que estava vivo e isso era exótico. Pensava que estava num filme.
Pensando em algo prático decidi pegar no bloco de notas (que tinha encontrado na mesa do escritório do Sr. António) e fui anotar o que quer que fosse que me pudesse indicar se era algum exército que justificava a criação ou o concerto de tal paisagem dantesca. Como sempre, tinha imaginado que tal ambiente faria-me sentir em casa mas nunca soubera explicar esta sensação de felicidade querida que sentia. Nesse mesmo instante lembrei-me da Maria que tinha deixado na casa do sr. Hugo. Pensando que era seguro, via daqui que a casa tinha sido pilhada e estava a arder tal e qual como se fosse uma lareira. Não conseguia conceber que ela tivesse ficado lá mas só de "aceder" a tal pensamento fazia-me tremer e quase tinha que encostar-me em algum lado.
Nunca percebi o que sentia por ela mas pela definição implícita na maioria dos filmes de Hollywood (românticos claro) e por conversas de amigos penso que teria um "crush" de intensidade gigantesca. Sentia-me indefeso e não suportava que alguém me controlasse daquela maneira mas ao mesmo tempo também tentava sempre apoiá-la em qualquer dificuldade "pública" que ela tivesse. Resumindo era um parvo, cobarde e merecia tentar a minha sorte com outra mas o mais cruel é que nunca tinha funcionado assim e não seria agora.
Como era um rapaz novo talvez fosse por ser uma paixão... Mas o que é isso?
De repente acordo das minhas brutalmente superficiais derivações românticas e fico relutante em acreditar no que estava a ver. Em poucas palavras a cena podia ser descrita como que o abrir de um pedaço enorme de terra que estava a enrolar-se como se fosse papel (ou uma fatia de pizza por ex.) e a partir tudo o que se encontrava no meio. Era completamente apocalíptico e tranquilizou-me.

[Mais uma pausa para mudar de blog]

No estilhaçar do mundo ouvi gritos, choros de morte e deitei-me.

Notas sem relação: depois da conversa no Zdb foi visível que houve um pequeno abate na consciência de dar vida a este blog mas, mais uma vez, fica aqui o meu pequeno excremento. CHEIREM-NO! Mas espera aí eu "postei"! Evento raro só digo isso^^