sexta-feira, abril 10, 2009

O corpo dá-nos sinais quando precisa de atenção. Desde as dores de garganta até às dores musculares, o corpo avisa-nos quando se sente mal. E para cada tipo de dor procuramos solução, seja com um comprimido, seja com uma operação ou através do mero descanso. Quando não encontramos solução, iremos procurar com todas as nossas forças aquilo que o corpo precisa, de forma a evitar a morte.
A alma também nos dá sinais quando precisa de atenção. É indescritível a dor subjacente ao pedido mas é inegável que se pode comparar a muitos dos acidentes estrondosos que deixam as pessoas disformadas. No entanto, se nos distanciarmos o suficiente, conseguiremos viver com essa dor, não procurando encontrar a milagrosa solução que queremos. Nesse caso, ficamos igualmente disformes, nunca conduzindo a nossa vida como seria desejado; nunca cumprindo o possível propósito da nossa existência.
Mas não se enganem; não considero que o objectivo deverá ser evitar a dor, quer física, quer emocional. Não. Se temos a capacidade para sentir dor, não poderemos considerar que se trata de um erro de construção a evitar. Apenas afirmo que a dor existe para nos chamar a atenção para que não descuremos o nosso corpo, quem somos e quem queremos ser.
Também não quero dizer que se estou sem dores, devo continuar a procurar por prazeres superiores. Mas para ser franco, são fugazes os momentos em que estou sem qualquer tipo de dor. A mesma tarte de maçã acabadinha de fazer poderá não voltar a saber tão bem se não for feita por aquela pessoa; o sol a bater-me na cara poderá não iluminar o meu dia como naquela manhã com aquela mulher. A diferença é que também não procuro esse mesmo prazer por uma simples razão: sempre que pensar, sonhar e reviver, serei catapultado para essa parte da minha vida através da memória e assim matarei todas as saudades.
Todo este pensamento cansou-me e deprimiu-me. Já não sei porque escrevo, porque partilho tanto e nunca sinto que recebi algo em troca. Talvez já tenha aliviado a dor a alguns com promessas de humor e estupidez, e talvez já tenha provocado dor naqueles que não concordam ou pura simplesmente se questionam "porque és assim?". O oposto? Chego ao ponto de receber comentários distintos não pelas palavras mas pelo autor e pelo contexto. Quem me dera não ter que justificar o que escrevo. Não, quem me dera não voltar a escrever novamente. Este remédio perde cada vez mais o seu efeito. Deixo este post inacabado pois estou farto de teorias; já não quero pensar em teorias; não quero escrever mais.

sexta-feira, abril 03, 2009

Ultima Hora

Ontem, dia 2 de Abril, a jovem comunidade do Sabugo Suado acordou sobressaltada quando às 03:35, soou o alarme do quartel dos bombeiros voluntários.
Em declarações exclusivas ao jornal "Ninfomaniacas Açorianas", o comandante dos bombeiros reitoerou a importância de se renovar o telhado do quartel de forma a evitar a entrada do sol e apoiou a descida do preço do Casal Garcia no café Amor, também conhecido por café do Tó Pipas. Munido de uma Super Bock, o comandante, que pediu para permancer anónimo, começou então a despir o seu uniforme de forma lenta, tendo tropeçado por duas ocasiões na perna esquerda e uma terceira vez num cão vadio, de nome Choninhas. Ostentando apenas a roupa interior, nomeadamente uma camisola branca de alças tamanho S com a mensagem "Capitão Pilinha" e uma tanga esverdeada, o comandante realizou uma infracção grave, urinando em frente a casa da Senhora Olginha, que felizmente estava fora em serviço. Por fim, o comandante andou à roda ao pé cochinho até perder os sentidos, caindo na berma do passeio da rua da Moda.
Em relação ao motivo de alarme, ainda esperamos a resposta do chefe da polícia que, pouco depois de testemunhar a infracção grave, telefonou à Senhora Olginha para agendar uma reunião de discussão do sucedido. Ainda estamos a averiguar o resultado do encontro mas podemos desde já adiantar que a reunião realizou-se às 04:02 no banco de trás de um Fiat Panda de 1992 de cor branca e que foram servidas bifanas com mostarda, oferta do café Amor.

terça-feira, março 17, 2009

Copo meio cheio

No despertar repenso tudo de novo... Nos tempos em que era feliz e pedia aos anjos... Pedidos amorosos... Pedidos perdidos na inocência do nada... Cheguei até, em tempos de fé, a pedir a minha redenção tal era desespero que rondava a minha natureza mas esta protegia-se e afastava tudo e todos.
Num acto último de fuga escavava interiormente vislumbrando um passado e num impasse visual via uma criatura de uma natureza perdida e morta... Serei eu?

[Pausa para ir mudar de blog]

Já passava do meio dia quando subo ao telhado (com os headphones gigantes) vejo um cenário de destruição onde havia beleza. Caí destroçado, com os joelhos no chão. Era quase o fim...
No horizonte avistava prédios sem último andar onde era visível alguns fogos aqui e ali... Nalgumas ruas era a correria, o tropeção e muitas vezes o atropelamento humano. O que seria que provocava tamanha destruição?
Algumas alucinações que tinha faziam-me recordar que estava vivo e isso era exótico. Pensava que estava num filme.
Pensando em algo prático decidi pegar no bloco de notas (que tinha encontrado na mesa do escritório do Sr. António) e fui anotar o que quer que fosse que me pudesse indicar se era algum exército que justificava a criação ou o concerto de tal paisagem dantesca. Como sempre, tinha imaginado que tal ambiente faria-me sentir em casa mas nunca soubera explicar esta sensação de felicidade querida que sentia. Nesse mesmo instante lembrei-me da Maria que tinha deixado na casa do sr. Hugo. Pensando que era seguro, via daqui que a casa tinha sido pilhada e estava a arder tal e qual como se fosse uma lareira. Não conseguia conceber que ela tivesse ficado lá mas só de "aceder" a tal pensamento fazia-me tremer e quase tinha que encostar-me em algum lado.
Nunca percebi o que sentia por ela mas pela definição implícita na maioria dos filmes de Hollywood (românticos claro) e por conversas de amigos penso que teria um "crush" de intensidade gigantesca. Sentia-me indefeso e não suportava que alguém me controlasse daquela maneira mas ao mesmo tempo também tentava sempre apoiá-la em qualquer dificuldade "pública" que ela tivesse. Resumindo era um parvo, cobarde e merecia tentar a minha sorte com outra mas o mais cruel é que nunca tinha funcionado assim e não seria agora.
Como era um rapaz novo talvez fosse por ser uma paixão... Mas o que é isso?
De repente acordo das minhas brutalmente superficiais derivações românticas e fico relutante em acreditar no que estava a ver. Em poucas palavras a cena podia ser descrita como que o abrir de um pedaço enorme de terra que estava a enrolar-se como se fosse papel (ou uma fatia de pizza por ex.) e a partir tudo o que se encontrava no meio. Era completamente apocalíptico e tranquilizou-me.

[Mais uma pausa para mudar de blog]

No estilhaçar do mundo ouvi gritos, choros de morte e deitei-me.

Notas sem relação: depois da conversa no Zdb foi visível que houve um pequeno abate na consciência de dar vida a este blog mas, mais uma vez, fica aqui o meu pequeno excremento. CHEIREM-NO! Mas espera aí eu "postei"! Evento raro só digo isso^^

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

No mind, just words

A pinta do míudo que sacou do whiskey aqui falando só não sobrava para a multitude do existencialismo pois falando em termos retrocedistas e realisticas, a imensidão da verdade é obscura aos olhos da liberdade pelo que a pita nada sabe do que menciona pois a relatividade da existência encara o tempo como algo do passado e olha para o futuro no espelho da vida prevendo todos os seus movimentos, reconhecendo o ser que visiona como algo do passado que é imutável e irrelevante.
Assim sendo a realidade da utopia está em atingir tudo aquilo que se pretende sem o ter na realidade feito dado que introspectivamente já se teve a vida de vários homens e testemunhou-se a sua morte aos olhos de alguém que nada sente e apenas vê, pois assim se evita o sofrimento que inubitavelmente estaria inerente a uma emoção irracional que não é digna de um ser humano.

sábado, fevereiro 21, 2009

Clip da semana

Assim até eu queria ir ao dentista!

domingo, fevereiro 08, 2009

A possibilidade eventual de uma escolha que abisma o meu ser

E se tiver que fazer escolhas?
Escolher quem vive
Escolher com quem jantar
Escolher quem morre
Escolher quem amar
E se não escolher?
E se falta a candidata
Escolho não escolher?
Falta o número certo!
A escolha não é possível
As obras ainda não terminaram
E o trabalho ainda está por fazer
Ainda quero ver o mar
Mas e depois?
Quando tudo estiver sobre carris
Escolho não escolher?
Tiro esperança a quem a tem
Só porque falta a candidata?
Vejo um muro à frente e procuro a porta
Para passar para o outro lado
E se tiver que trepar?
Trepo e arrisco-me a cair?
O tempo continua a passar
E nada se avizinha
Talvez nem tenha que escolher
Sim, é isso,
Vou assumir que não há escolha a fazer
E assim não magoarei ninguém
Ficarei deste lado do muro
Pois não tenho escolha
E se não tenho escolha, não me posso culpar a mim
E não deverei sentir-me mal ou ansioso

Bem,
Então porque é que estou tão ansioso?
Tenho que voltar a largar o peso do mundo
Nesses 5 minutos da minha vida fui feliz
Que se foda quem magoarei ou deixarei de magoar!
Se tiver que escolher, os meus amigos vão apoiar
Pelo menos assim o espero.
Caso contrário, não são amigos...

sábado, fevereiro 07, 2009

O que se diz

Dizem que quem não arrisca não petisca mas eu ainda continuo com larica.
Dizem que um amigo é sempre bem vindo mas tenho que admitir que prefiro cagar sozinho.
Dizem que filho de peixe sabe nadar mas o que é que isso tem de especial?
Dizem que a cavalo dado não se olha o dente mas nunca ninguém me deu um cavalo.
Dizem que devagarinho se vai ao longe mas de carro vou mais rápido.
Dizem que quem semeia ventos, colhe tempestades, mas isso é estupido.
Dizem para nunca pôr a carroça à frente dos bois mas se assim for não consigo pôr os bois na carroça.
Dizem que no poupar é que está o ganho mas preciso de ganhar primeiro para poder poupar.
Dizem que mais vale um pássaro na mão do que dois a voar mas para que é que eu quero um pássaro na mão?
Dizem que quem te avisa teu amigo é mas mesmo assim não acredito na utilidade da sonda anal.
Dizem que gaivotas na terra, tempestade do mar mas acho que deve ser gaivotas em terra, merda vinda do ar.
Dizem para não pôr o nariz onde não for chamado, mas nunca ninguém chamou o meu nariz!
Dizem que burro velho não aprende linguas mas acho que os burros jovens também só sabem zurrar.

Clip da semana

São apenas bolas na cabeça...apenas bolas na cabeça...

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Momento de partilha II

Fui à pouco confrontado com uma nova forma de persuasão. À proposta de cabeçada mental, se não mesmo mitológica, acresce-se agora o argumento do joelho, a introspecção pélvica, a cotovelada nasal e, como não poderia deixar de ser relembrado, a paulada nos queixos e a cacetada marítima. É esta nova forma de negociação que deveremos receber de braços abertos, enquanto garantimos a protecção dos nossos genitais, dada a hipótese de o cumprimento ser balístico.

sábado, janeiro 31, 2009

Momento de partilha

Recentemente consegui compreender qual é a razão que me impede de jogar ténis em campeonatos mundiais. Nada tem a ver com o facto de não saber jogar ténis e acreditar na pureza da ausência de movimento. Não. A razão é bastante mais profunda. Na realidade, é a perspectiva de obtenção de um poder impensável que me impede de ganhar troféus. Apresentando a justificação de forma simples e concreta, a razão resume-se a: se jogasse ténis chamaria a todos os apanhadores de bolas "bobi" e atiraria as bolas para longe enquanto ordenaria "busca, bobi, busca".

domingo, janeiro 25, 2009

Space and time

Set free from your weight
And fly through the clouds

Let your mind fell asleep
And your body disappear

You don’t need wings
Imagination is yours to keep

Use your heart as fuel
And find Heaven on Earth

You’ll never be forgotten
Depite where you are

As long as you know someone
You’ll make a difference

Your existence is timeless
And space is of no matter

sábado, janeiro 17, 2009

Barcelona, 17 Janeiro 2009

Bebado, a nção do risco esvai-se com a meméria e a mecânica da coisa não funciona.É uma benção achar que se pode cair na ignorância e lembrar que a vida é para ser vivida sem medos, porque só temos uma oportunidade. É exclente não pensar em nada, apenas disfrutar do momento. Junto-me aos outros. Gosto e vou continuar. É vida!

PS - Não estou sóbrio.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Barcelona, 14 Janeiro 2009

Barcelona é como geada,
Pouca água, quase não dá para a marmelada.

As ruas estão quase vazias,
Coitadas das suas pias.

Ando com a mochila na mão,
Nunca mais a pouso no chão.

A casa é quentinha,
Mais um boadinho e arrepia a espinha.

O restaurante tá fechado,
Vou ao italiano que o cú tá gelado.

Vou às compras e pergunto,
Têm chouriça p'a assar ou presunto?

Amanhã vou passear,
Onde paro?! Não há a quem enganar!

segunda-feira, janeiro 12, 2009

VIRAR DA PÁGINA

Fazem-se cinco anos de angústia.
Tempo em que procurei uma cura,
Uma explicação,
Uma razão.
Não é simples admitir que se vive,
contemplando, quando somos nós
próprios a principal barreira a essa
mesma vivência.
Resolvo aceitar tudo, procurar justificar
todos os actos menos aceites para, no
fundo, justificar como sou. Para garantir
que sou também aceite.
Na verdade, sou prisioneiro da minha
própria falta de iniciativa. Nunca saberia
se estou onde estou agora se tivesse
tomado uma decisão diferente.
Escrevo, e estou em completo conflicto
comigo próprio. Não quero dizer nada
disto, continuo a não querer partilhar,
arriscar-me a perder o que tenho de importante.
Estou lúcido, sóbrio, e no entanto nada
mais faz sentido se não continuar a
escrever. Não aguento mais! Estou
disposto a fugir se nada mais resultar.
Eu consigo, repito, ainda a debater
comigo próprio.