Existem pessoas que nos preenchem um lugar no coração, na nossa vida, na nossa rotina.. e não têem noção disso.. ou por outra, têem, durante um certo tempo, quando tudo está bem, quando o normal é telefonar e mandar mensagens, quando o normal é sair com o pessoal, quando o normal é estar lá para quando essa pessoa precisa.... e também para quando não é preciso, e isto é muito importante, é uma linha muito ténue que separa cinismo e hipocrisia, de amizade e de compaixão... é mais importante a pessoa estar lá quando NÃO precisamos dela, do que só aparecer quando precisamos dela... mas esta explicação, que á primeira vista parece não fazer sentido, ficará para um outro post, num outro estado de espiríto, num outro sentimento.
Quando esse lugar nos é preenchido ficamos á espera de um certo número de coisas, inconscientemente claro está, é apenas legítimo essa espera. Mas depois... algo acontece. Não se consegue definir o quê ou o porquê, apenas... acontece. E essa pessoa, que nos deu tanta alegria, (e também dissabores tb faz parte) de repente... muda. Como disse ainda agora, não sabemos o porquê, apenas acontece, a vida é assim mesmo, e esta mudança, não é uma mudança para melhor... nem para pior.
É estranho eu estar a falar disto, secalhar também EU fui alvo dessa mudança, desse miasma, sim eu considero que isto É uma doença, mesmo sabendo que, como disse, não considero ser uma coisa má, nem boa. Algo inadvertido, que nos compela a seguir em frente, sem olharmos para trás... pois... secalhar é esse mesmo o problema... olhar para trás.
Ao mudar, e não se apercebendo do seu papel nos corações de tanta gente, e no meu claro está, a pessoa... ofende... desilude... entristece. E é interessante este debate inteiror, esta discussão entre aquilo que sentimos e aquilo que vemos. A verdade é que... não queremos aceitar o que se passou, queremos ainda ver a pessoa como sempre ela nos mostrou, e queremos demonstrar a ela que ela ainda ocupa um lugar de destaque, e o mais incrível de tudo é que ocupa! Ainda ocupa esse lugar! Só que... já não é a mesma coisa... o miasma causou com que houvesse falta de contacto, falta da sua presença, falta... de tudo. E ela não se apercebe disso, ou se se apercebe não o demonstra. E não o demonstra porquê? por medo? vergonha?... porquê?
Acho que nessa altura também procuramos arrependimento da parte da pessoa, mas ele não vem cá pa fora... nem nunca áde vir.
O que se passou passou-se e não se poderia ter passado de outra maneira, gosto de pensar assim, dá-me conforto, e força... mas será mesmo verdade?
Entristece-me muito ao olhar para trás e ver aquilo que fizemos, aquilo que conseguimos atingir e agora e aquilo que perdemos... passei de amigo a conhecido... e muito provavelmente passarei de conhecido a uma lembrança. Uma lembrança de algo que foi muito bom na altura, mas que hoje, para essa pessoa, o seu significado perdeu-se.
"A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas... nos carros... nas pontes... nas ruas...
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!"
Ornatos Violeta - Ouvi Dizer
Obrigado por lerem:)
sábado, julho 19, 2008
Algo
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3 comentários:
Queria aqui um aplauso tímido e ligeiro a este senhor que depois de um período estimado em finas camadas geológicas decidiu com subtileza escrever.
Queria também acrescentar que penso que a aceitação por vezes gera mudanças que por vezes conseguimos combater, viver com elas ou por e simplesmente nem as notar.
Um abraço com toques irregulares em sítios íntimos ^^
Meu Deus! Dps de um longo período de ausência, eis se não quando entraste de cabeças (são duas)dans le blog. Mt bom, possivelmente dos teus melhores até agora! I'm impressed.
Quanto ao tema: já li e ouvi várias músicas que comparam a vida com um rio em que temos duas escolhas. Ora ficamos na margem a ver outros a passar, sendo um porto de abrigo (já diz o ditado que uma pessoa nunca consegue banhar-se na mesma água), ora mergulhamos e arriscamos: podemos morrer ou ficar sozinhos, mas também podemos conseguir encontrar mais gente com quem nadar (down the river) e, entre eles, la faceless godess...
Quanto a mim, neste preciso momento estou com a água plo Paulo Bento e continuo a andar devagarinho. Bamos lá a ber se sei nadar...
Eu sempre achei curioso o facto de conseguir interpretar os sentimentos de outras pessoas, totalmente desconhecidas, como sendo tão semelhantes aos meus, e como conseguem efectivamente aplicar-se à minha vida (pelo menos assim o diz meu egocentrismo).
Li dois posts teus aqui e com o primeiro conseguiste elucidar-me acerca de um facto sobre o qual nunca tinha pensado mas que agora, para mim, faz todo o sentido; com este, conseguiste fazer-me sentir um pouco menos sozinha.
(Obrigada eu por escreveres.)
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