domingo, outubro 02, 2005

O esclarecimento da merda..

As convenções dos tempos, os hábitos tradicionais, as obrigações instituídas, enfim o manto civilizacional que vem acobertando a humanidade ao longo de milénios, constata-se, é hodiernamente um inevitável pesadelo quotidiano, espécie de carga constante que nos embaraça e muitas vezes nem no sono encontramos alívio.
Para o objectivo que verto, que é um tanto ao quanto delicado no que à considerada boa educação concerne - trata-se de um repulsivo-atractivo miasma - referirei que há um só país no mundo onde o maldito vocábulo sai e se usa "à laise": em França... "Tout les jours... Toujour's merde"... Merda por tudo, antes de tudo, acima de tudo e então só depois se limpa as evidentes excrecências que daí resultem ou sobrem.
Vamos à ficção, bem possível de conctretizar, tanto em cinema como em vida real. Se porventura chegasse a realizar um filme, creiam, adoptaria filmagens sobre três nítidas situações a decorrer ao mesmo tempo: partiria sobre o presente com constantes idas ao passado e ao futuro.
A Milene e eu, aqui neste idiotazinho roteiro, somos a actriz e o actor principais, únicos, contracenando na intimidade (ah caraças!...), solidamente desde logo apaixonados sem condição um pelo outro, segundo indica o guião. Temos tudo, usufruímos plenamente de liberdade de acção, imponência ao máximo e... Só nos sentimos bem permanentemente juntos. Atenção... Câmara, em movimento...
- Querido... Apetece-me cagar...
- Oh... Queridinha... É para já...
A cena passa-se de manhã, ainda os dois no sumptuoso leito, acabados de acordar. Levanto-me, calço os chinelos e vou buscar a cagadeira móvel, uma sofisticada peça concebida para aquele exclusivo efeito. A Milene... Toda nuazinha, salta da cama e senta-se sobre o precioso invento, provido do inimaginável, espécie de "tudo-pronto" a utilizar ao máximo.
Muno-me de uma bandeja de prata, gravada com rosas, e coloco-lha por baixo do seu bem visível,apetecível e delicioso rabinho. Ela puxa... Puxa e sai um bem roliço cagalhoto... Cai... E outro... E outro... Bem no centro do recipiente.
A miragem é deveras emotiva e excitante. O aparelho é espelhado na base, por forma que a Milene contemple as quedas da sua caquinha. Enquanto isso... Massajo-lhe as nádegas, beijo-lhas, percorro-lhe as coxas com a língua e escuto-lhe os sussurrantes delírios. Uma maravilha... Arte de bem cagar em toda a linha.
Satisfeita e finda a função, com um tecido aconchegante produzito para o efeito, limpo-lhe cuidadosamente o crucial orifício, esmero-me ao pormenor, inundo-o de unguento perfumado, proporciono-lhe a mais âmpla das comodidades e dos alívios...
Seguidamente, tomo a bandeja, enfeito-a com cerejas, bocadinhos de banana, frutos secos, etc... Tal como se tratasse de uma torta ou de um pudim. Enfiamos os nossos robes e dirigimo-nos para o jardim, um autêntico paraíso...
Escolhemos um canteiro, ainda em construção, e eu faço de imediato uma pequena cova onde lanço o "milarder" produto. Ela coloca algumas sementes de lírio em conjunto e tapamos carinhosamente o buraco. Entre um lânguido sorriso beijámo-nos e vimos sentar-nos na esplanada, olhando a magnifica floração que no decurso dos nossos felizes dias temos engenhosamente produzido.
As amigas e amigos da Milene afirmam a pés juntos que as nossas flores são belas... Inimitáveis. As pessoas não acreditam que somos nós que obtemos tão excelente resultado...
Oh... Céus... Como a merda pode ser tão bem tratada, gozada e ainda por cima proveitosa. Porquê e para quê viverá o mundo guerreando-se por causa da merda?!... Dá para explicar... Dá?!... Tratemos pois o melhor possível da merda... E creiam, obteremos a breve trecho uma vida e um mundo muito melhores... Viva a merda!

Torre da Guia

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